A Conquista da Samaria pelo Império Assírio em 722 a.C.
O “Mapa da Antiga Samaria” destaca uma das regiões mais significativas da história do antigo Reino de Israel. Localizada entre a Galileia ao norte e Judá ao sul, Samaria foi a capital do Reino do Norte após a divisão da monarquia unida de Israel. Um dos eventos mais marcantes que ocorreram nesta região foi a sua conquista pelos assírios em 722 a.C., sob o comando de Sargão II. Este acontecimento resultou na queda do Reino de Israel e no início do exílio das Dez Tribos do Norte, evento de profundas implicações políticas, religiosas e culturais para o povo hebreu.
Contexto Histórico
Após a morte do rei Salomão por volta de 931 a.C., o reino unificado de Israel foi dividido: o Reino do Norte (Israel), com capital em Samaria, e o Reino do Sul (Judá), com capital em Jerusalém. O Reino de Israel foi frequentemente instável, com sucessões de reis e alianças com potências estrangeiras, o que acabou contribuindo para sua vulnerabilidade.
Durante o século VIII a.C., o crescente poder do Império Assírio, com sua capital em Nínive, começou a se expandir para o oeste. Os reis assírios Tiglate-Pileser III, Salmanasar V e finalmente Sargão II conduziram campanhas militares decisivas na região do Levante.
A Queda de Samaria
O rei Oseias (Hoshea), último rei de Israel, inicialmente tornou-se vassalo da Assíria, pagando tributos a Salmanasar V. No entanto, Oseias tentou romper com a Assíria ao buscar apoio do Egito. Essa tentativa de rebelião foi vista como traição e resultou na resposta militar assíria.
Por volta de 725 a.C., Salmanasar V cercou Samaria, e o cerco durou cerca de três anos. A cidade finalmente caiu em 722 a.C., durante o reinado de Sargão II, que sucedeu Salmanasar. O próprio Sargão reivindicou a vitória e relatou em inscrições que deportou cerca de 27.290 israelitas para diversas regiões do império, como Gozã, Habor e as cidades dos medos — como descrito em 2 Reis 17.
Consequências e Impacto
A conquista de Samaria marcou o fim do Reino de Israel. Os assírios adotaram uma política de deportações em massa para enfraquecer identidades nacionais e resistências locais. Ao mesmo tempo, povos de outras regiões foram trazidos para habitar a Samaria, formando uma população mista.
Este fato é mencionado na Bíblia, onde se diz que os novos habitantes trouxeram consigo seus próprios deuses e costumes, fundindo-os parcialmente com o culto a Javé. A partir dessa mistura cultural e religiosa surgem as origens do povo samaritano, que mais tarde seria considerado distinto pelos judeus do sul.
A queda de Samaria e a dispersão das Dez Tribos são considerados eventos-chave na história de Israel. As “tribos perdidas” se tornaram um tema de especulação e identidade para comunidades judaicas por séculos.
Importância do Mapa da Antiga Samaria
O mapa permite a localização de importantes centros urbanos e rotas comerciais que fizeram de Samaria um alvo estratégico para os assírios. Destacam-se cidades como Siquém (Shechem), Tirza (capital anterior de Israel), e Samaria, a capital final e símbolo da identidade nacional israelita no norte.
O relevo montanhoso, as fortalezas naturais e os caminhos comerciais ajudam a explicar a resistência prolongada da cidade durante o cerco assírio. O mapa também revela as fronteiras e a estrutura administrativa que a Assíria impôs após a conquista.
A conquista de Samaria em 722 a.C. foi um ponto de inflexão decisivo na história de Israel. Representou o colapso de uma monarquia, a dispersão de um povo e o início de uma nova configuração política e religiosa na região. O “Mapa da Antiga Samaria” é essencial para entender as razões estratégicas da invasão e as mudanças geopolíticas subsequentes, lançando luz sobre um dos eventos mais significativos da história bíblica e do Antigo Oriente Próximo.
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