A Batalha de Carquemis (605 a.C.): O Fim do Império Assírio e a Ascensão da Babilônia
A Batalha de Carquemis, travada em 605 a.C. nas margens do rio Eufrates, representa um dos momentos decisivos da história do Antigo Oriente Próximo. Este confronto marcou o colapso final do outrora poderoso Império Assírio e a ascensão da Babilônia como a principal potência da região, alterando radicalmente o equilíbrio geopolítico da época.
Após séculos de dominação no Crescente Fértil, o Império Assírio começou a ruir no final do século VII a.C., enfraquecido por revoltas internas, pressões externas e o avanço dos seus antigos vassalos. Em 612 a.C., a coalizão formada por babilônios e medos tomou a capital assíria, Nínive, forçando os remanescentes do poder assírio a refugiar-se na cidade de Harã. Três anos depois, essa cidade também caiu, deixando Carquemis, uma fortaleza assíria estratégica nas margens do Eufrates (atualmente na fronteira entre a Síria e a Turquia), como último bastião dos aliados assírio-egípcios.
O faraó Necao II do Egito, temendo o avanço babilônico que ameaçava sua influência sobre o Levante, uniu-se aos remanescentes assírios e marchou para Carquemis. Lá, em 605 a.C., enfrentou o exército babilônico liderado por Nabucodonosor II, então príncipe herdeiro e general do exército de seu pai, Nabopolassar.
A batalha resultou numa vitória esmagadora para os babilônios. Os egípcios e assírios foram completamente derrotados, e Carquemis foi capturada. Este evento pôs fim às esperanças de restauração do Império Assírio e consolidou o domínio da Babilônia sobre grande parte do território que anteriormente pertencia à Assíria, incluindo a Síria, a Palestina e a Mesopotâmia.
No contexto de um mapa do Antigo Oriente Próximo, a Batalha de Carquemis destaca-se como um ponto de inflexão. Ela marca a transição entre dois impérios e redefine as fronteiras de poder. As rotas militares entre o Egito, a Assíria e a Babilônia, bem como a localização estratégica de Carquemis nas rotas comerciais e militares do Eufrates, fazem deste acontecimento um excelente marco para representar as dinâmicas políticas da região.
Além de sua importância militar, a batalha teve repercussões culturais e religiosas. É mencionada na Bíblia (Jeremias 46:2), ilustrando seu impacto duradouro na memória histórica do Oriente Próximo antigo.
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