Israel em 1949: A Formação das Fronteiras Após a Guerra da Independência
O Nascimento de um Estado e o Início de um Conflito
O “Mapa de Israel em 1949 com Fronteiras” registra um momento histórico profundamente transformador para o Oriente Médio: a consolidação do Estado de Israel, recém-proclamado em 14 de maio de 1948, após o fim do mandato britânico na Palestina, e o encerramento da primeira guerra árabe-israelense. Este marco é crucial para entender o cenário político, territorial e diplomático que se seguiu à criação de Israel e os contornos do conflito israelo-árabe ao longo do século XX.
1. Antecedentes: Do Mandato Britânico à Partilha da ONU
Em novembro de 1947, a Resolução 181 da ONU propôs a partilha da Palestina em dois Estados: um judeu e um árabe, com Jerusalém sob administração internacional. Os líderes judeus aceitaram o plano; os árabes o rejeitaram.
Com o fim do Mandato Britânico em maio de 1948, David Ben-Gurion proclamou o Estado de Israel. Imediatamente após essa declaração, cinco países árabes (Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque) invadiram o novo Estado, iniciando a Guerra Árabe-Israelense de 1948, conhecida em Israel como a Guerra da Independência.
2. A Guerra da Independência (1948–1949)
A guerra ocorreu em duas fases principais:
Fase 1: Conflito Civil Interno (1947–1948)
Durante os meses que antecederam a retirada britânica, combates intensos ocorreram entre milícias árabes palestinas e forças judaicas como a Haganá, o Irgun e o Lehi, particularmente em cidades mistas e rotas estratégicas.
Fase 2: Invasão Árabe e Guerra Regional (Maio de 1948 em diante)
Com a declaração de independência, os exércitos árabes entraram em ação. Os combates foram brutais e espalhados por toda a região, com batalhas em Jerusalém, Galileia, Negev e no corredor Tel Aviv–Jerusalém.
Israel resistiu e, surpreendentemente, passou à ofensiva, expandindo o território além do que fora proposto no plano de partilha da ONU.
3. Os Acordos de Armistício de 1949
Ao longo de 1949, sob mediação da ONU, acordos de armistício foram assinados separadamente entre Israel e quatro de seus vizinhos:
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Egito (24 de fevereiro de 1949)
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Líbano (23 de março de 1949)
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Jordânia (3 de abril de 1949)
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Síria (20 de julho de 1949)
Esses acordos não eram tratados de paz permanentes, mas estabeleciam linhas de cessar-fogo, que ficaram conhecidas como as “Linhas Verdes” por terem sido desenhadas a tinta verde nos mapas dos armistícios.
4. As Fronteiras de 1949: A Configuração Geopolítica
O “Mapa de Israel em 1949 com Fronteiras” mostra um Estado ampliado em relação ao plano da ONU:
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Israel controlava cerca de 78% da antiga Palestina do Mandato Britânico, em vez dos 55% previstos na partilha.
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A Faixa de Gaza permaneceu sob ocupação egípcia, sem ser anexada oficialmente.
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A Cisjordânia e Jerusalém Oriental foram anexadas pela Jordânia, que as conquistara durante a guerra, incluindo o setor oriental de Jerusalém, onde se encontravam locais sagrados judaicos e islâmicos.
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Israel ocidental e a parte ocidental de Jerusalém ficaram sob controle israelense, com a cidade dividida por uma linha de armistício.
Essa divisão territorial criou um status quo tenso, que se manteve até a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
5. Impactos Humanitários: O Êxodo Palestino
Um dos efeitos mais duradouros da guerra foi o êxodo palestino (Nakba). Estima-se que entre 700 mil e 750 mil árabes palestinos fugiram ou foram expulsos de suas casas em território que se tornou parte de Israel.
Cidades como Haifa, Jaffa e Lida passaram a ter maioria judaica. Em contrapartida, muitos judeus de países árabes também começaram a imigrar para Israel, forçados por hostilidades nos Estados vizinhos.
6. Jerusalém em 1949
O mapa de 1949 apresenta uma Jerusalém dividida:
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Jerusalém Ocidental foi declarada capital de Israel em 1949, apesar do não reconhecimento internacional.
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Jerusalém Oriental, com a Cidade Velha, permaneceu sob controle jordaniano até 1967.
A cidade foi palco de intensas batalhas, e a divisão de seus bairros criou um clima de tensão permanente, com barreiras físicas e patrulhas militares separando comunidades judaicas e árabes.
7. A Importância Histórica das Fronteiras de 1949
As fronteiras de 1949 não eram fronteiras permanentes, mas linhas de armistício. Ainda assim, elas se tornaram, de fato, as fronteiras reconhecidas internacionalmente por muitos anos.
Durante décadas, propostas de paz, como a Iniciativa de Paz Árabe (2002), usaram essas linhas como base para negociações territoriais — “retorno às fronteiras de 1967” refere-se, na verdade, ao território delimitado pelas linhas de armistício de 1949, antes da expansão de Israel na Guerra dos Seis Dias.
8. Um Novo Estado, Fronteiras em Disputa
O “Mapa de Israel em 1949 com Fronteiras” representa o ponto de partida do moderno Estado de Israel, definido não apenas por ideais sionistas, mas por uma guerra real e sangrenta. As fronteiras traçadas naquele ano moldaram as disputas territoriais e os esforços diplomáticos que perduram até hoje.
Embora temporárias em sua origem, essas linhas se tornaram símbolos de identidade, resistência e reivindicação, tanto para israelenses quanto para palestinos, servindo como referencial em todas as propostas de paz e acordos de fronteira subsequentes.
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